Publicado 19/02/2010 –
Atualizado 21/09/2010
Bolinho de Macaxeira: iguaria nordestina. (Foto: Matraca’s Image Bank)
1. Assuma sua porção muquirana
Todo mundo que viaja tem seu momento patrão. Dá ordens para o taxista. Reclama com o garçom. Solicita toalhas extras. Exige café da manhã colonial. Esbanja gorjetas. Só que estamos falando de viagens econômicas. Gastar menos não significa ter que expiar os pecados em todas as férias, mas há restrições – que podem variar do hotel-pelourinho à classe chicoteia do avião. Faça sua planilha de gastos, estipule valores diários, priorize o urgente e dê preferência ao importante. Seja nobre, mas não arrogante.
2. Pacotes X viajar por conta
Há alguns anos os pacotes eram o melhor custo-benefício para quem queria conhecer algum destino brasileiro. Ainda existem boas pechinchas do gênero. Mas com a entrada de novas companhias aéreas no país, viajar de avião ficou mais fácil e barato. Algumas empresas dividem o valor da passagem em até 36 vezes. A ampla oferta de hotéis, pousadas e hostels também abre a possibilidade de encontrar hospedagem com preços honestos e compatíveis com seu orçamento. Se puder, evite marcar bilhetes de ida e volta na sexta e segunda-feira. Os dias mais baratos para viajar são terça e quarta. Pesquise e compare antes de comprar!
3. Estude seu destino
A menos que você vá para um resort – cujo destino é o complexo em si – aprenda sobre o modus-operandi do lugar que vai visitar. Blogs, sites, revistas e guias de turismo são feitos para isso mesmo. Virar um explorador à la Marco Pólo justo no dia em que sua viagem começa vai fazer você perder tempo, o bem mais valioso em uma viagem. Quem não sabe o que ver ou fazer no destino costuma arruinar roteiros clássicos, comer mal, comprar errado e, invariável, pagar muito.
4. Utilize o transporte público
Não reclame. Até Curitiba – com um transporte público considerado modelo para muitos países – tem lá seus problemas no quesito locomoção barata. Como o próprio nome diz é um serviço de uso comum, compartilhado e, por isso, mais acessível. Use o busão de forma inteligente. Horários de pico e trajetos muito longos vão comprometer seu bom humor. Prefira metrô e ônibus para passeios depois das nove da manhã e antes da cinco da tarde. Economizar nos tours privados ajuda a monetizar sua viagem. Só apele para o ar condicionado dos táxis em caso de (muita!) chuva ou se for meio-dia e a temperatura passar dos 30ºC.
5. Caminhe
Nem só de táxi, ônibus ou metrô vive um turista. Explore roteiros que possam ser feitos a pé. São gratuitos e despojados de preconceitos. Caminhar da igreja matriz até o museu mais próximo ou da praia até a praça central sai de graça. É nesse trajeto descompromissado que você vai descolar aquele restaurantinho prosaico e econômico que nenhum guia consegue indicar. Ou vai descobrir uma rua, uma loja, um monumento que só a sua história de viagem poderá contar.
6. Conheça o supermercado local
Os grandes mercados de rede ou até aquele empório na esquina do seu hotel podem render deliciosos e econômicos lanchinhos. Sucos de caixinha, pães, bolos e frutas – tudo em porções individuais – são fáceis de carregar e enganam aquela fominha miserável que faz você gastar um bom trocado no meio da tarde. Aproveite para incluir no seu self-mão-de-vaca-service as comidinhas de rua: são típicas, baratas, aconchegantes e levam você à essência de qualquer lugar.
7. Fuja dos feriados
Quantas vezes você já ouviu esse conselho? E quantas vezes você não seguiu a recomendação? Sim, eu também tenho dias de folga justamente nos feriados prolongados, assim como você. O ideal é negociar no trabalho e com a família para que as viagens não coincidam com os fins de semana que duram quatro dias e custam cinco vezes mais. Se for inevitável viajar nesses períodos ou em alta temporada planeje e reserve tudo com muita antecedência (leia-se três meses antes, no mínimo) para tentar alguma barganha.
8. Dê preferência a hotéis com wi-fi grátis
Se você tem um computador portátil ou celular com acesso à internet vai economizar muito se seu hotel ou pousada oferecer conexão gratuita. Além de poder revisar os e-mails – para os que não conseguem viajar desplugados – é possível falar com a família através de sistemas como o Skype. Do computador para um telefone fixo ou móvel você pode fazer chamadas com tarifas simbólicas. Abra uma conta em Skipe.com.
9. Pesquise o clima da região
Alguns dias antes do embarque investigue nos sites especializados em previsão do tempo como está o clima no seu destino. Saber se vai chover, fazer muito calor ou muito frio ajuda na hora de montar a mala e evita gastos desnecessários por conta das intempéries de São Pedro.
10. Vá às compras com moderação
Já aprendi – por experiência própria – que não adianta dizer: fuja das compras! Investir num badulaque qualquer faz parte do processo psicológico ao qual somos submetidos durante uma viagem. Quando saímos de férias subimos um posto na nossa hierarquia pessoal. Por mais econômico que seja o seu passeio você vai gastar em uma semana fora de casa o que provavelmente gastaria durante um mês ficando nela. É como subir na vida por 15 dias. Ir às compras vai consagrar esse seu estado emergente. O segredo é estipular um valor para os souvenires. Ninguém mais do que você é capaz de determinar quanto custa para ser feliz!
Texto publicado originalmente na minha coluna “Viagens econômicas e inteligentes”, que sai semanalmente no portal Descubra Brasil.