Atualizado 13/08/2014

Puerto Madero começou pelo avesso. A ideia — e o investimento — do rico comerciante Eduardo Madero de construir diques em frente ao centro de Buenos Aires, lá no século 19, naufragou feio.

Com a chegada de barcos grandes e o aumento do fluxo das embarcações, o puerto, obsoleto, caiu em desuso. A “orla” portenha era decadente e abandonada. Só em 1989 a região passou por um bilionário projeto de reurbanização.

A intervenção do gigante designer francês Phillippe Starck por aqui (ele reprojetou boa parte do bairro) deu resultado: Puerto Madero já tem o metro quadrado mais caro da Argentina, algo como 3,5 mil dólares.

Toda a região foi restaurada. Docas se transformaram em bares, restaurantes, cinemas, escritórios e até residências. Há inúmeros restaurantes de parrillas libres (mais ou menos um churrasco rodízio).

Ganhou um marco arquitetônico, a Puente de la Mujer – obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o mesmo que projetou a Cidade das Artes e das Ciências de Valência e o Complexo Olímpico de Atenas.

Quando você parte pelo Rio de la Plata rumo ao Uruguai, por exemplo, o skyline que marca a cidade está em Puerto Madero. Há inúmeros arranha-céus, muitos residenciais, que emolduram a vista. Dizem os argentinos que o bairro nunca caiu no gosto dos portenhos.

Quase sempre é associado pelos nativos a restaurantes turísticos e baladas para estrangeiros. Mas quer queiram quer não, Puerto Madero hoje é área nobre, moderna e centro financeiro da capital do país.



Puente de la Mujer: única obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava na América Latina.

A beira do canal tem uma espécie de calçadão que permite caminhadas ao ar livre. Para os endinheirados, Puerto Madeiro abriga três hotéis cinco estrelas como o Hilton, o Faena Hotel e o Hotel Madero (antigo Sofitel), sem contar enormes áreas verdes totalmente dedicadas ao lazer.

O QUE FAZER

Museo Fortabat | É um dos mais recentes museus de Buenos Aires. Inaugurado há menos de três anos, exibe a coleção de arte da empresária Amalia Lacroze de Fortabat. Há obras de renomados artistas argentinos como Xul Solar, Fernando Fader, Emilio Petorutti e Prilidiano Pueyrredón. Visita guiada de terça a domingo, às 15h e às 17h – incluída no valor do ingresso de 20 pesos (R$ 8). Fecha às segundas.