Imagino que quando você chegar a Ouro Preto queira, primeiro, conhecer as igrejas abarrotadas de ouro e obras-primas de Aleijadinho. Nada mal. Muita gente vai até lá só para isso mesmo. Mas fiquei com medo de começar pelo supra-sumo da cidade e depois me decepcionar com o que viesse em seguida.



A estratégia deu certo. Até porque mal sabia eu que este teatro é um dos pontos top de linha na cidade. Acabei achando tudo – de construções históricas a museus – fascinante! A começar por esse adereço raro e bem conservado: o Teatro Municipal de Ouro Preto. Em formato de lira, pequeninim e tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, é considerado o mais antigo do Brasil em funcionamento.

Foi aberto ao público em 1770 e após longa reforma teve uma honrosa reinauguração em 2007. Está impecável. É o típico teatro barroco do século 18, revestido em madeira e com ótima acústica. Hoje, tem capacidade para 300 pessoas e abriga importantes concertos e apresentações na cidade. Uma das curiosidades é que o Teatro Municipal de Vila Rica – como era chamado antigamente – tem a tradição de ter sido o primeiro teatro das Américas onde as mulheres pisaram num palco pela primeira vez!



Não sei quanto de exagero há nessa informação, mas historicamente é fato que somente homens podiam ser atores, inclusive eles mesmos representavam os papéis femininos. Sem contar que o teatro tem toda aquela firula de que os D. Pedros (o 1º e o 2º) também passaram por estes camarotes. Por certo, o camarote central, no primeiro andar, era destinado tão somente à Família Real. Hoje ele pode ser meu…ou seu! Somado a isso, é bom levar em conta que, numa cidade onde é completamente proibido fotografar museus e igrejas internamente, este é um dos raríssimos atrativos de Ouro Preto onde você pode levar de lembrança deliciosas imagens da arquitetura interior.

SERVIÇO:

Teatro Municipal Casa da Ópera

Rua Brigadeiro Musqueira s/nº – Ouro Preto | Aos pés da Igreja N. S. do Carmo.
Telefone: (31) 3559 3256
Ingresso: R$ 2,00 | Estudantes pagam meia.

Fotos: Raul Mattar