Atualizado 21/07/2018


Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa: homenagem aos antigos navegadores.

Tive a honra, o prazer e o privilégio de morar por dois meses em Lisboa. Finalizar a série “Europa a 50 euros” com Portugal me dá aquele nó na garganta. De saudades… palavra tão nossa, tão portuguesa. Pois então, para os padrões europeus, Portugal é o país da pechincha.

Sendo um dos menores da Europa, é possível atravessá-lo de cima para baixo em poucas horas. São 800 quilômetros de norte a sul. Com gastronomia rica, dizem, há mais de 300 receitas de bacalhoada. Os mais variados restaurantes oferecem o prato e com preços incrivelmente acessíveis.

Um dos mais antigos países da Europa, Portugal permaneceu isolado durante cinquenta anos da ditadura de Salazar. Quando conquistou a liberdade teve que lutar contra o empobrecimento da população. A integração à União Europeia trouxe muitos investimentos ao país e transformou a terra dos fados, dos pastéis e das grandes navegações em uma preciosa – e muitas vezes esnobada pelo viajante – jóia da Península Ibérica.

Eles têm => Fernando Pessoa: o poeta que disse “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Eles não têm => Culpa no cartório: nós somos o que somos – para bem ou para mal – por culpa ou responsabilidade nossa. Os portugueses descobriram o Brasil há 500 anos. E isso já faz tempo, gajos! Se eles tivessem tido tanta influência assim nas nossas mazelas (ou cultura) provavelmente nossa feijoada seria à base de azeite, o samba seria “Ai bate o pé, bate o pé, bate o pé” e as nossas cores nem seriam verde e amarela e, sim, verde e… vermelha.

O português sem gerundismo

Os portugueses passaram pelo domínio árabe, foram os pais dos descobrimentos marítimos, sofreram um terremoto em 1755 que destruiu a capital do país. Tiveram um Marquês, o de Pombal, que reconstruiu a cidade – e um Salazar, o ditador que voltou, digamos, a destruí-la!