Atualizado 15/10/2020


Penetrável Magic Square, de Hélio Oiticica: invenção da cor.

Não precisa entender. Nem espere deste post um tratado sobre arte contemporânea, muito menos a descrição das obras distribuídas pelo complexo. Basta entregar os sentidos.

Quando você fizer sua visita aqui — sim, você não pode morrer sem antes conhecer o Inhotim — acabará degustando o acervo à sua maneira.


Celacanto Provoca Maremoto, de Adriana Varejão: desconstrução da azulejaria portuguesa.

Embora eu não me atreva a definir o Inhotim, o próprio instituto estabeleceu que aquela imensa área verde é um complexo museológico, constituído por uma sequência não linear de pavilhões em meio a um parque ambiental.

Dito isso, muitos guias de turismo o classificam simplesmente como museu. Um museu ao ar livre, é verdade. Sem as dimensões tradicionais dos abrigos de arte, um modelo totalmente inédito para expor a produção contemporânea.


Através, de Cildo Meireles: materiais que revelam o ver “por meio de”.

Não consigo me lembrar qual foi a primeira obra que vi, entrei ou prensenciei quando comecei meu périplo pelo Inhotim. Mas fica absolutamente clara a estratégia do complexo em oferecer aos artistas a oportunidade de criar obras específicas com as características do lugar.

Sem contar que não existe uma rota obrigatória de visitação. Você fica livre para ir e vir entre exposições a céu aberto e galerias.


Folly, de Valeska Soares: videoinstalação com imagens refletidas infinitamente no interior.


Troca-troca, de Jarbas Lopes: os fusquinhas coloridos andam pelo complexo.

Alguns pavilhões foram construídos especialmente para acolher determinados trabalhos. Há muita coisa espalhada pelos jardins, peças e esculturas embrenhadas na mata ou ao redor das trilhas.

A área é tão grande que existem carrinhos motorizados para levar o visitante até as obras com acesso mais difícil. Não se assuste se você vir três fusquinhas coloridos passeando por lá. A obra de Jarbas Lopes é “móvel” e durante um mesmo dia pode mudar de lugar.


Carrinhos motorizados levam o visitante às obras mais distantes.


Glove Trotter, de Cildo Meireles: volume, peso e gravidade. Uma das bolinhas é uma pérola.

A curadoria do museu está a cargo de Allan Schwartzman, Jochen Volz e Rodrigo Moura, com assistência de Júlia Rebouças. São mais de 100 artistas de 30 países diferentes.

Mencionar apenas alguns deles (e não todos) poderia até deixar alguém magoado, mas como referência você vai encontrar, conhecer ou reconhecer nomes como Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Iran do Espírito Santo, Adriane Varejão, Tunga, Valeska Soares, Janet Cardiff, Zhang Huan, entre muitos e muitos outros.


Beam Drop Inhotim, de Chris Burden: 71 vigas de construção jogadas por um guindaste de uma altura de 45 metros em cima de uma laje de cimento fresco.

Importante: reserve um dia inteiro para o Inhotim. Mesmo assim, provavelmente, você não vai dar conta. Se possível, agende uma visita orientada – que poderá ser temática ou panorâmica. Vá com um calçado confortável e use protetor solar. No mais, agende o dia, principalmente, para ser feliz!


Caleidoscópio gigante: interação de obra com natureza.

SERVIÇO

Instituto Inhotim | Como chegar ao Inhotim?

Local: Rua B, 20 | Brumadinho, Minas Gerais – a 60 km de Belo Horizonte.

Horário: terça a sexta das 9h30 às 16h30 e sábado, domingo e feriado das 9h30 às 17h30. Fechado às segundas-feiras.

Entrada: terça e quinta-feira, R$ 25. Sexta, sábado, domingo e feriado, R$ 40. Gratuito às quartas-feiras (exceto feriado). Crianças de 6 a 12 anos e pessoas com mais de 60 anos pagam meia. Grátis para menores de 5 anos. (Valores atualizados em setembro de 2015.)

Fotos: Sílvia Oliveira | Todos os direitos reservados.

Leia também:

INHOTIM | Parte 1 – O complexo
INHOTIM | Parte 2 – Jardim Botânico
INHOTIM | Parte 3 – Cidadania e educação
INHOTIM | Parte 4 – Arte contemporânea
Como chegar ao Inhotim?

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Minha visita ao Instituto Inhotim faz parte da Expedição Brasil Express, by Matraqueando. Entenda o projeto.