Atualizado 09/01/2013


Veneza: cotidiano anfíbio. (Foto: Raul Mattar)

O que dizer de um país que concentra 60% de todos os monumentos artísticos do mundo? A Itália é pouco maior que o estado do Tocantins e, ainda assim, reserva surpresas incomparáveis de norte a sul. Poucos lugares na Europa desvendam paragens tão qualificadas que vão de ruínas romanas, passando por castelos medievais a turbulentos centros urbanos.

O próprio italiano é um capítulo à parte. Bon vivant, falante e impulsivo, há quem o considere mal-educado e grosseiro. Mas eu aposto num nativo mais bonachão e despreocupado. Questão de ponto de vista e bom humor. Somos rivais no futebol e nas pizzas. A deles é fininha e com pouco molho. Nós preferimos as grossas e com borda recheada.

Todos os países que habitam a Itália

Cada região da Itália poderia ser considerada um país diferente. A cidade mais improvável do mundo – Veneza – está aqui. Um lugar com cotidiano anfíbio, plantado sobre o oceano há 1500 anos! Durante o renascimento, Florença fez a Itália se transformar no centro cultural e científico do mundo. Leonardo da Vinci e Michelangelo foram destaques de uma era que marcou a história da humanidade.

O patrimônio de Roma e o curioso Vaticano, a cidade-estado chamada de país, convertem a capital da Itália em núcleo personalizado e único no continente europeu. Com a Toscana de enfeite – a roça chique – uma viagem pelas curvas dos vilarejos engrandecem a alma de qualquer visitante.

O BARATO DA ITÁLIA

ROMA – A cada dois passos uma ruína e alguns milhares de anos de história para contar. Toda é qualquer referência à civilização ocidental passa pela capital italiana. Assim como Paris, Roma fica mais bonita à noite, com os principais monumentos iluminados. Mas acho que é de dia que o roteiro na cidade funciona melhor – além de ser menos perigoso. Comece pelo Coliseu (o verdadeiro nome é Anfiteatro Flávio), o mais famoso e antigo monumento de Roma. Ali aconteciam as brutais lutas de gladiadores. Entrada a 13,50 euros. O ticket é válido também para o Palatino e o Fórum Romano. Lá de dentro é possível apreciar por inteiro o Arco de Constantino, construído no século 4, depois de Cristo. Uma linda vista gratuita! Aproveite para gastar a sola do sapato. O arrebatador de Roma está em qualquer esquina, em cima de qualquer calçada. A cada meio quarteirão você se depara com algum sítio arqueológico. No momento Ben-Hur da viagem vá ao Circo Maximo (abaixo do Palatino, entre as vias del Circo Massimo e del Cerchi) – acesso livre – onde os romanos organizavam as espetaculares corridas de bigas e quadrigas, fortemente retratadas no filme protagonizado por Charlton Heston. Seguindo, percorra a Via Apia Antiga para chegar às catacumbas, antigos cemitérios subterrâneos. As Catacumbas retratam a fé dos primeiros caras que aderiram ao cristianismo, cuja crença se baseava (e ainda se baseia) na esperança de vida eterna após a morte. Quando se deparar com a Piazza di Spagna, suba a escadaria. Você conhecerá a Villa Borghese que – num clichê bem típico – é uma espécie de oásis urbano, com acolhedores jardins. É a melhor ocasião para cumprir o ditado: em Roma faça como os romanos. Conheça Fontana di Trevi à noite – cenário do filme La Dolce Vita, de Federico Fellini. Certamente você não será o único a ter essa ideia. O local fica coalhado de turista, quase não dá para tirar uma foto decente. Gratuito. Só lembre-se de jogar uma moedinha. Reza a lenda que o ritual garante seu retorno a Roma! Para conhecer a praça mais pitoresca e típica da capital italiana vá a Piazza Navona. Fica cheia de artistas, músicos e tem alguns simpáticos cafés. Saindo daqui, cruze a Corso Vittorio Emanuele para conhecer o Campo de Fiori. Diferente da Navona, esta praça está cheia de feirantes e romanos! Na mesma região está o Pantheon – provavelmente o templo antigo mais bem preservado de Roma. Site da cidade: www.romaturismo.it


(conteúdo continuado)