Publicado 07/12/2009 –
Atualizado 13/02/2015
Nem precisa de passaporte para ir até lá. Uma viagem rápida. No lugar do oceano, você cruza a Cordilheira dos Andes. Ir ao Chile é desembarcar num país conservador – só em 2004 autorizou a lei do divórcio – mas que cresce sem parar.
E não foi só. Elegeu Michelle Bachelet (divorciada!) e declaradamente agnóstica (num país católico) para presidente da república. A quarta mulher a subir ao poder pelo voto direto na América Latina.
O país é uma tripa, estreito (tem largura máxima de 175 quilômetros) e quase 4300 quilômetros de comprimento. Isso rendeu ao Chile paisagens insólitas, passando pelo deserto mais seco do mundo no norte a geleiras e fiordes no sul.
Banhado pelo gelado Pacífico, tem uma variedade incrível de frutos do mar – alguns não existem em nenhum outro lugar do mundo. De exóticos a saborosos, cada um tem o seu. Sem falar nas empanadas, fritas ou assadas. Para fazer de qualquer momento mão-de-vaca-muquirana um banquete!
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Da pior ditadura aos vinhos célebres, o Chile também teve seu 11 de setembro. O ano era 1973. O general Pinochet chefiou o golpe militar que levou o então presidente socialista, Salvador Allende, a fazer seu último discurso de dentro do Palácio La Moneda. “Esta será, seguramente, la última oportunidad en que me pueda dirigir a ustedes. (…) Mis palabras no tienen amargura, sino decepción, y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron. (…) Éstas son mis últimas palabras, teniendo la certeza de que el sacrificio no será en vano. Tengo la certeza de que, por lo menos, habrá una sanción moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.”
Em seguida, Salvador Allende se suicidou!
Foram 17 anos de ditadura. Pinochet chegou a ser preso. Respondeu por crimes de genocídio, tortura e terrorismo. Foi condenado, depois absolvido. Morreu em 2006 aos 91 anos, sem nunca pagar pelas barbaridades que cometeu.
Nesse meio tempo, o Chile renasceu. Cultura, arte, política e economia passaram por diversas transformações que revelam um país adorável, surpreendente, inesgotável.
A luta contra a violência doméstica – um problema crônico – está por todas as ruas, nas estações de metrô e na televisão. Resultado da força e da influência feminina de Bachelet.
Nem saberia dizer quantas viagens eu teria que fazer à terra do poeta Pablo Neruda para dar conta de conhecer todo o universo que inspirou da cantora Violeta Parra à escritora Gabriela Mistral.
Do formidável romancista Roberto Bolaño à best-seller Isabel Allende que, ao contrário do que imaginam, é apenas filha de um primo do presidente falecido.
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Fotos: Sílvia Oliveira (menos a última que é do Raul Mattar)
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