
Não sei você, mas tenho a maior dificuldade em diferenciar papagaio de arara e loro de periquito. Se bobear, confundo cisne com garça. Mas não sou tão desorientada quanto parece. Sei reconhecer tucano, flamingo e pavão. Rá. O Parque das Aves de Foz do Iguaçu passaria batido para mim se não estivesse em frente ao centro de visitantes do Parque Nacional do Iguaçu.
Como está muito próximo do maior atrativo da cidade, acaba sendo a opção de passeio à tarde – já que a maioria visita as cataratas pela manhã. O tour por aqui dura, em média, de uma a duas horas, dependendo do seu ritmo. O ingresso custa mais caro do que aquele que você comprou para chegar próximo à Garganta do Diabo. Mas a organização que administra o empreendimento destaca logo na entrada: “somos uma empresa privada e necessitamos de sua ajuda para manter o parque”.
De qualquer maneira, concordo que o projeto é bem feito. Parece mesmo que estamos no cafundó de alguma mata nativa. Somos orientados a não dar comida às aves, a não gritar, a não falar alto, a não correr. Uma trilha de nível facílimo – não precisa de guia, está tudo muito bem sinalizado – leva o visitante a um contato muito próximo com os animais. Em alguns momentos do trajeto entramos em gaiolões onde é possível conviver com tucanos e araras, que ficam ali… livres, leves e soltos. São aparentemente dóceis. E gostam de brincar com alguns objetos dos turistas, como colares, chaves ou óculos.
Nos viveiros, a ideia é tentar reproduzir alguns habitats brasileiros como o pantanal. São mais de mil animais, boa parte de aves, entre espécies nacionais e de outros países. Mas abriga também jacarés, borboletas, saguis e até uma iguana. No espaço dedicado aos flamingos algo que me chamou a atenção: diversos espelhos espalhados ao redor deles. É que os flamingos estão acostumados a viver e reproduzir em bandos de centenas ou milhares. Como são pouco mais de 20 no parque, colocaram os espelhos para que os cambitinhos se sintam mais protegidos. Arrff, filosofia freudiana.
O Parque das Aves é de um colorido carnavalesco. Mas com ritmo de samba-canção. É bonito e tranquilo. Possui programas de reprodução em cativeiro e visitas orientadas por biólogos. Nos viveiros há placas explicativas com o nome científico e da região de onde vieram. As espécies em extinção também recebem destaque. A Ararajuba, por exemplo, se reproduziu pela primeira vez em cativeiro no Parque das Aves.
No mais, evite ao máximo o uso de flash e não ultrapasse os limites da trilha. No fim do passeio há uma lojinha (sempre há uma lojinha no fim do passeio, isso é redundância) caso você queira levar DVDs, livros ou camisetas que retratam o lugar. Saí feliz de lá… ainda que me pareça quase impossível diferenciar a ema do avestruz.