Publicado 23/03/2008
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Atualizado 03/10/2017
Turismo religioso é um gênero de passeio em que os visitantes buscam mais vivenciar uma experiência espiritual do que somente conhecer um destino diferente. São viagens de fé que podem variar desde romarias e peregrinação até penitências e reparação.
No Brasil, as cidades de maior destaque são Juazeiro do Norte (Ceará) – terra do Padre Cícero; Nova Trento em Santa Catarina, onde se encontra o Santuário de Madre Paulina; Belém do Pará, na festa do Círio de Nazaré e, a mais conhecida, Aparecida no estado de São Paulo – onde está o Santuário da Padroeira Nossa Senhora Aparecida.
Já no mundo temos como grandes rotas de turismo religioso lugares como Vaticano (Itália), Mecca (Arábia Saudita), Fátima (Portugal), Lourdes (França), Santiago de Compostela (Espanha) e a Terra Santa, na Palestina (hoje chamada de Israel) – o maior centro de peregrinação no domingo de páscoa. Foi nessa região, aliás, que andou, pregou, morreu e ressuscitou o fundador do cristianismo.
Estive por lá. Faz tempo. Naquela época, tinha mais interesses históricos do que religiosos, é bem verdade. (Minha viagem à Terra Santa incluiu Egito e Turquia). Só que é ali, na Palestina, que você vê, reconhece e vivencia a cidade impossível do mundo: Jerusalém. O destino mais sagrado para os cristãos também é considerado eterno e indivisível para os judeus. É metade árabe – maioria islâmica – e metade judaica. Para os muçulmanos, por exemplo, é o terceiro lugar mais importante, atrás de Mecca e Medina.
A parte velha é dividida em quatro quadriláteros: o cristão, o armênio, o muçulmano e o judaico. E veja só a confusão: em Jerusalém está o Santo Sepulcro, onde teria ocorrido a crucificação de Jesus para os católicos, gregos ortodoxos, abissínios e armênios. Assim como o túmulo do Jardim, lugar da crucificação para os protestantes. Temos ainda por aqui o Monte das Oliveiras, personagem consagrado na Bíblia e a Via Dolorosa, caminho de martírio até a crucificação de Cristo.
Sou católica. De uma linha mais progressista, digamos. Mas às vezes me encontro no mais profundo fundamentalismo cristão, sentindo-me o último Bis® do pacote por ter passado também por Belém, Jericó, Nazaré, Galiléia e Tiberíades – todas consideradas sagradas e com alguma historinha de catequese bacana para contar.