Não é a minha cidade preferida. Perde longe para Barcelona. Não tem o charme mourisco de Sevilha. Nem o sol dos balneários da Costa da Luz. Mas é a capital da Espanha, o país europeu mais completo! (Lembrando que o meu diário de bordo está baseado na visão sentimental-apaixonada-holística-metafísica-e-pessoal da autora, euzinha!).
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Ainda que não seja tão charmosa quanto a capital da Andaluzia, nem tão psicodélica quanto a capital da Catalunha, dá para propor destinos lindos, trajetos que considero imperdíveis, lugares fascinantes, restaurantes charmosos, museus ultra-atraentes.
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Quase todo mundo que chega do Brasil à Espanha baixa, primeiro, em Madri. É a maior cidade do país. Possui dois dos principais museus da Europa, o Prado e o Reina Sofía. A realeza mora aqui. E o Rei Juan Carlos I, carismático que só ele, é amado pelos madrileños.
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Não posso dizer que é a mais festeira porque tem Barcelona, essa sim, insuperável no quesito diversão. Mas é de tirar o fôlego de qualquer adepto das raves mais badaladas do mundo. Para você ter uma idéia, há discotecas (e bares!) que fecham ao meio-dia do dia seguinte. Por que depois vem a siesta, o maior patrimônio zen-erudito-psicológico-cultural da Espanha.
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Os madrileños falam muito. Se você estiver vindo de um país, eu diria assim, mais contido como a Inglaterra, por exemplo, vai saber o que eu quero dizer. Enquanto que no metrô de Londres ninguém abre a boca e todo mundo fica concentrado no seu jornal, em Madri (e em muitos outros lugares da Espanha, afinal os madrileños são, antes de tudo, espanhóis!) eles não param de hablar um só minuto.
Já no primeiro dia na cidade ninguém escapa da Gran Vía. Se não for a principal é a mais conhecida rua de Madri. Está bem no centro, no coração da cidade. Sabe aquela frase batidinha “todos os caminhos levam a Roma”? Pois aqui, por onde quer que vá, você cai na Gran Vía. Ela une a Plaza de España com a Calle de Alacalá, mais El Paseo del Prado.
Andando um pouquinho mais está la Puerta del Sol, La Plaza Mayor e o Palacio Real, a casa do rei. Passear pela Gran Vía, conhecer seus personagens, seus pontos curiosos (uma da unidades do Museo del Jamón fica aqui) e sua arquitetura é o passeio mais madrileño e econômico que você pode fazer na cidade. Até onde eu sei caminhar sem rumo não paga nada.
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Você pode se arriscar, também, no Casco Viejo, o centro antigo da cidade. Ao contrário das grandes avenidas, o casco viejo é cheio de ruazinha e bequinho, numa desordem estrutural e urbanística que provocaria uma crise convulsiva no arquiteto Jaime Lerner. O legal aqui é se perder! Perguntar (mesmo que estiver com o mapa na mão) o caminho de volta. Ou a saída.
E depois tentar voltar e não conseguir. Quando você estiver passando pela terceira em vez em frente daquele mesmo predinho amarelo, pare e descanse em qualquer pastelería que tiver ao alcance dos seus olhos. Aos distraídos: pastelería – na Espanha – vende doce, não salgado.
O que você deve ver ou fazer, gastando pouco ou nada Beliscar as tapas de presunto no Museo del Jamón. Quase sempre tem um pratinho com a iguaria para o turista provar. Gran Vía, 72. Tel. 91 541 2023/24
Ficar zanzando pela Puerta del Sol. Em formato de lua, é a praça mais famosa da capital espanhola. Puerta del Sol, s/n – metrô: Sol
Tomar uma caña na Plaza Mayor, que já foi palco de touradas, execuções, cortejos e julgamentos da Inquisição. É cheia de lojinhas de souvenirs, restaurantes bons e baratos e alguns tablados de flamenco Plaza Mayor, s/n – metrô: Sol
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Visitar o Palacio Real, que apesar de não ser a residência oficial do Rei Juan Carlos I – que vive no bem mais modesto Palacio de la Zarzuela, nos arredores de Madri – é uma pomposa construção para mostrar a majestade e a ostentação da nobreza do século XVIII. Calle de Bailén, s/n – metrô: Ópera ou Plaza de EspanaPerder-se no El Rastro, famoso mercado de pulgas de Madri. Não vai ter lugar mais exótico e econômico para comprar alguma tranqueira, badulaque ou até mesmo um objeto de arte por uma bagatela. Calle de la Ribera de Curtidores, s/n – metrô: La Latina
Tirar uma foto na Puerta de Alcalá, o monumento mais elegante erguido por Carlos III. A construção, toda em granito, demorou nove anos para ficar pronta. Plaza de la Independência, s/n – metrô: Retiro .