Atualizado 24/08/2010


A geografia me causa amnésia. Isso, para quem trabalha com jornalismo especializado em turismo, como eu, é – invariavelmente – um vexame.
Sempre confundo os estados de Roraima e Rondônia (nunca sei a capital de um ou de outro) e não tenho a menor ideia em que lado ficam as Ilhas Maurício, Seychelles ou Maldivas. Se alguém coloca um mapa-mundi na minha frente eu jamais poderei localizar – talvez apenas apontar remotamente – alguns lugares como Vietnã, Camboja ou Tibet. Nem sei dizer qual o maior rio navegável, o maior em profundidade, o maior em extensão, o maior em… ah, deixa para lá.

Apesar de toda a minha fragilidade no tema – e fazendo toda essa análise – descobri que a coisa que mais aprendo quando viajo é, justamente, geografia. Agora já sei que aquele rio famoso de Londres é o Tâmisa. Nunca mais vou esquecer que o oceano que banha Acapulco, no México, é o Pacífico. Pois lá foi a primeira vez que vi o sol se por no mar.
E para quem não gosta de praia como eu, estou quase uma expert no assunto: já mergulhei no Mor Morto, em Israel. (Mergulhar é modo de dizer, boiei, na verdade). Entendi que é a porção de água com maior concentração de sal do mundo – por isso ninguém afunda – e que é o ponto mais baixo da terra.

Em São Paulo fiquei muda quando soube que a linha imaginária do Trópico de Capricórnio passa bem “dentro” da Catedral da Sé. Em Manaus vi de perto o encontro dos rios Negro e Solimões.
Ah, sim, me lembrei: o rio Amazonas é o mais extenso do mundo, com cerca de 6.500 quilômetros. (Confesso, quando o avistei pensei que fosse o Atlântico). Depois de uma visita a
Manhuaçu, nunca mais esqueci que a Serra do Caparaó fica em Minas em Gerais.
Ao passar dois dias em Brasília me dei conta que a umidade do ar por lá pode chegar a zero! E só mesmo quando fui ao Canyon Guartelá, no Paraná, é que entrou na minha cachola que estava conhecendo o 6° maior canyon do mundo.



Ainda sigo sem saber qual a montanha mais alta, a mais larga, a mais nevada, seja do Brasil, da América Latina ou do mundo. (O Brasil tem picos nevados?)
Mas o exercício acima me fez sentir menos culpada por não saber que a Chapada das Mesas, ficava no Maranhão, ou melhor, que ela simplesmente existia.