Publicado 01/07/2006
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Atualizado 17/02/2010
No Festival de Parintins a disputa entre os dois bois é mais perturbadora que uma final (toc, toc, toc) entre Brasil e Argentina que – graças a Deus – não vai ser desta vez. O Caprichoso, é o boi da elite – dizem. O Garantido tem a força do povão – comentam. O primeiro ousa mais, aprecia a técnica e a arte do bumbá. O segundo prefere a tradição, o popular e aposta no trivial. Seria mais ou menos como a velha rixa entre PSDB e PT – no tempo em que o PT ainda era o partido dos trabalhadores, claro.
O que faz Parintins ser o maior espetáculo da terra é a aventura de juntar – numa ilha perdida – puro folclore regional, um espetáculo intrigante e a imprensa do mundo todo. Tudo isso no meio da selva. E não no Rio de Janeiro, cidade que por si só já atrairia a mídia internacional. Abreviando a história: é uma mistura de São João com a lenda do boi que morre e ressuscita. O segredo da magia está justamente na paixão em defender uma lenda, contando uma fábula de todas as formas e com diferentes fantasias possíveis.
São três noites com três horas para cada boi. Seis horas de festa por dia. A cada noite a mesma história contada com uma apresentação diferente. É como assistir durante três dias, três apresentações diferentes da Beija-Flor e da Mangueira, (numa comparaçãozinha bem chinfrim e injusta) – porque na minha visão apaixonada o Festival de Parintins não tem mesmo nenhuma comparação!
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