Publicado 01/08/2018
O pequeno município de Alcântara deveria ser o bate e volta padrão saindo de São Luís se a maioria dos turistas não fizesse da capital apenas um ponto de passagem para os Lençóis Maranhenses. Mas quem se dá ao luxo de ficar uns dias a mais por aqui vai descobrir um dos cantinhos mais charmosos e pitorescos do nordeste brasileiro.
O acesso é feito por barco — 1h20 de viagem em alto mar com direito a ondas altas e gente mareada com o sobe e desce da embarcação. Sinceramente, quase desisti ao ouvir relatos sobre a travessia. Morro de medo de água e fico enjoada fácil até na banheira da minha casa.
A bem de verdade eu fui achando que ia encontrar uma espécie de Colonia del Sacramento (cidade histórica uruguaia linda de viver, onde também se chega via barco vindo de Buenos Aires.) É que me disseram que o centro histórico de Alcântara estava mil vezes mais conservado que o de São Luís. Só que, lição nº 01: nunca, nunquinha vá conhecer um lugar com expectativas de que ele lembre outro que você já visitou… e gostou muito.
Fato, o casario é bonito e a cidadezinha, cheia de história para contar. Mas não é Colonia del Sacramento com sua infraestrutura e restaurantinhos de charme. Até porque, no vilarejo uruguaio o doce manjado é o alfajor e aqui, e só aqui, você encontra o famoso e perfeito Doce de Espécie. O acepipe — herança portuguesa — é feito à base de coco, crocantinho por fora e molhadinho por dentro. Custa R$ 10 uma bandeja com seis unidades. Ponto para Alcântara.
Um passeio guiado é muito recomendado em Alcântara, principalmente para quem chega cedo e vai embora no fim do dia, meu caso. O lugar é mais um daqueles do Brasil Colonial com histórias de apogeu e decadência, portanto cheio de causos sobre os barões e seus escravos.
Contratei um guia chegando à cidade, mas o cara era tão ruim, mas tão ruim que no final eu — que havia lido moooito sobre a cidade — já estava dando dicas pro rapaz. Mas isso não é a regra. Foi falta de sorte minha, imagino.
Logo na chegada a Alcântara, no Porto Jacaré, há um centro de informação turísticas que oferece mapas (pagos à parte) com banheiros e venda de água, refrigerante e sorvete. (Vai por mim, você vai precisar!)
Alcântara está grudada na Linha do Equador e o calor ali é sub-humano para seres que vivem em Curitiba como eu. (A cidade tem, em média, dois ou três graus a mais do que São Luís.) Dali, você sobe a Ladeira do Jacaré rumo à Praça e Capela das Mercês (foto abaixo).
Em seguida, rume para um dos pontos principais, a Praça da Matriz — onde estão as ruínas da Igreja de São Matias (século 17) — a foto clássica de Alcântara.
No mesmo quadrilátero, em frente às ruínas, estão o Pelourinho, o casarão que abriga a Prefeitura e a Câmara de Vereadores (que já foi uma penitenciária) e o Museu Histórico de Alcântara com fachada revestida com os clássicos azulejos portugueses.
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