Publicado 30/03/2017 –
Atualizado 04/10/2017
Não tem muito arranjo técnico ou segredo místico. Para viajar sem despachar é preciso desapego. Observe, as pessoas que conseguem atravessar o oceano — e passar 15 dias do outro lado do mundo — com uma malinha de bordo são seres enxutos por natureza. Nem evoluídos nem descolados. Apenas renunciam aquilo que parece indispensável ao outro.
Nunca fiz (e não pretendo fazer) um post mostrando a montar mala pequena. Algumas dicas vêm a calhar, verdade. Faça rolinhos com as camisetas. Coloque as meias dentro dos calçados. Leve o casaco na mão. Use embalagem miniaturas para cremes e shampoo. Deixe o secador em casa.
Já falei aqui, aqui e aqui de itens que considero essenciais na bagagem, mas se fosse para eu investir tempo no tema, abordaria essencialmente técnicas de libertação e desprendimento emocional.
Não adianta ensinar a fazer rolinhos com camisetas se você quer levar 14 blusinhas numa viagem de cinco dias. A essência não está na montagem ou no método de organização, mas na abnegação.
O desapego, veja bem, não é indiferença ao bem vestir. É a capacidade de abandonar o desnecessário. Quantas vezes você foi e voltou com um monte de badulaque que sequer chegou a usar? Acontece com todo mundo. Inclusive comigo.