Atualizado 09/04/2011




Os pacotes para a capital argentina são, normalmente, de três dias. Pouco. Fiquei cinco. Achei pouco também. Quer dizer, depende do seu estilo e do seu ritmo.
Eu gosto de ver tudo nos mííííínimos detalhes. Desde as arandelas usadas nos postes até os tipos de janelas das casas, passando pelos mercados livres, feiras de artesanato e antiguidade, indo pelos pontos mais conhecidos e voltando pelos menos favorecidos. Vi gente rica, gente pobre, casa bonita, casa feia, lugar cheio, lugar vazio. E ainda deixei de visitar um museu, uma feira (que só acontecia aos domingos e eram duas no mesmo dia), assistir a outro show de tango recomendadíssimo e não consegui entrar (e comer) em todos os lugares que haviam me indicado. Por isso, tenho que voltar.

La Boca e o Caminito


Era o bairro que tinha tudo para dar errado: está na boca do porto, foi centro de prostituição e suas casas eram (algumas ainda são), na verdade, casebres improvisados com chapas de aço e zinco para abrigar os imigrantes e a pobreza. Até que apareceu Benito Quinquela Martín, um dos mais populares pintores argentinos. O artista, que viveu até os seis anos em um orfanato e morreu na década de 70, adotou o bairro La Boca quando adulto. Sem imaginar que ali criaria o principal – pelo menos o mais visitado – ponto turístico da cidade, o Caminito (foto acima), Quinquela Martín e alguns amigos saíram pintando uma pequena rua de várias cores, transformando em arco-íris o cinza dos antigos cortiços.