Publicado 07/04/2009 –
Atualizado 24/08/2010

Confesso, pequei. Pecado mortal na ordem celestial dos mochileiros levados à breca, dos estrangeiros descolados e dos brasileiros que sabem dar valor ao próprio país. O delito: conheci as Cataratas do Niágara em 2004 – quando visitei Toronto – mas sequer ventilava a possibilidade de passear por Foz do Iguaçu, que fica a 650 quilômetros da minha casa. But, ladies and gentlemen… neste fim de semana consegui minha redenção! Só não desci de joelhos a trilha que leva às quedas d’água porque somente o fato de decidir ir já me livrou da penitência.
Não é novidade para ninguém: mato, água e bicho não combinam comigo. Não faço trekking, não sou adepta a esportes náuticos e animais, apenas no zoológico… por favor. Mas longe da pequenez das minhas considerações pessoais estou, com uma certa dedicação, tornando-me uma pessoa melhor e aberta a novos desafios. A proposta de conhecer Foz num roteiro apertado – mas intenso – me motivou a passar um mês pesquisando o lugar. Não que aqui será possível encontrar alguma informação inusitada ou espetacular. Tudo o que já tinha para ser dito e escrito sobre as Cataratas do Iguaçu – Patrimônio Natural da Humanidade – você encontra num clique de mouse em qualquer googlada rápida.
Além disso, o site do Parque Nacional do Iguaçu é completíssimo: informa e tira dúvidas. Cabe a mim, então, tentar passar o que significa chegar tão perto do que eu jamais consegui imaginar que poderia ser… sem antes estar lá. Foi tudo muito mais, muito melhor e muito maior do que o esperado. A chegada ao centro de visitantes já impressiona. A estrutura é dos grandes parques europeus e parece que existem mais estrangeiros do que brasileiros por ali. Aliás, nunca vi tanta gente importada em uma cidade patropi. Nem no Rio, nem em Salvador, nem em Manaus. Eu mesma conversei (ou troquei informações) durante as duas horas de caminhada com uma israelense, depois com um francês, em seguida com um casal de alemães e, de quebra, gastei meu castelhano com um grupo de espanhóis.
A porta de entrada do centro é bonita, limpa e bem sinalizada. Tem loja de souvenir e balcão de informações. Compramos as entradas – que têm preços diferenciados para brasileiros e gringos – e embarcamos em um dos ônibus coloridos (e decorados com a fauna do lugar) que levam os turistas à trilha mais próxima das Cataratas. São 11 quilômetros e o trajeto dura 15 minutos. Quando você desce do ônibus descobre que tem mais 1200 metros e 500 degraus para chegar lá. Já comecei a chamar Jesus de Genésio e urubu de meu louro. Qualquer escada com mais de 10 lances me paralisa. Fiquei cansada só de pensar.