Publicado 20/03/2013
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Atualizado19/12/2016
Não existe maior declaração de amor à humanidade do que fazer turismo sem preconceito. Quem viaja deve ter disposição para encontrar o diferente sem julgar ou depreciar a conduta alheia. Botar o pé para fora de casa já deveria bastar para superar nossas crendices sobre lugares e pessoas.
Centenas de clichês circundam cidades, regiões e até um povo. Quem nunca disse que curitibano é antipático? Ou que parisiense não toma banho? Ou que gaúcho é, vamos dizer assim, cabro macho? Ou que todo mexicano é vaqueiro?
Estereótipos são assim mesmo. Trata-se de uma imagem mental muito simplificada e ignorante que a gente faz sobre um determinado grupo de pessoas. É a maneira fácil que encontramos para rotular os outros baseados numa visão etnocêntrica e individualista.
Eu sei, eu sei. Dá vontade de dizer — e muita gente diz — que baiano é arrastado, que alemão é cachaceiro, que carioca é vagabundo, que árabe é terrorista, que português é burro, que paulista é frio, que italiano é grosso, que brasileiro é malandro e que todo argentino é um filho da puta.
Veja, temos italiano malandro, paulista arrastado, árabe burro, brasileiro grosso, português cachaceiro, alemão vagabundo e um bando de gente fio duma quenga que nem argentino é. Viu? Características de comportamento quase sempre dependem do indivíduo, não necessariamente do lugar onde vivem. Importante, você encontra nas pessoas exatamente o que espera delas.
Mude o foco.
Antes de generalizar o outro pense se você, um brasileiro, gostaria de ser rotulado como homens que andam com arco e flecha nas mãos, mulheres que vivem na praia com o biquíni enfiado na buzanfa ou crianças que brincam com seus animaizinhos de estimação, os macacos. Logo…
A propósito, nem todo alemão usa suspensório assim como nem todo argentino sabe dançar tango. Ou você já imaginou o Papa Chico encoxando uma portenha ao som de Carlos Gardel? Aliás, depois do anúncio do novo Pontífice, nosso cérebro estereotipado entrou em colapso. Justo ele, a pessoa mais humilde do mundo, é… argentino.
Cuidado, porque se generalizar já era feio agora, além de tudo, é pecado! 😛
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Foto: Kay Pat | Image Bank