A Acrópole abriga uma das mais importantes edificações do mundo antigo, o Partenon. (Foto: Emilio Gep)

Os gregos inventaram a aritmética e a filosofia. Organizaram as primeiras Olimpíadas. Criaram a concepção da democracia. Mesmo assim, o país está longe da disciplina e do ambiente analítico e centrado de Sócrates ou Platão. A Grécia é agitada, falante, passional e egocêntrica. Para um grego, tudo por aqui é melhor: praias, ilhas, comidas e até o vinho! Hã?

Tirando os excessos, em parte eles têm razão. Talvez essa seja a viagem que leve você mais perto do berço da história e da percepção cultural que influenciou toda a humanidade. Mesmo assim, prepare-se para ter um siricotico quando chegar a Atenas: deusas gregas e cidades espartanas não existem mais. Deixe sua visão romântica nos livros do colégio.

Até há bem pouco tempo, a capital do país parecia uma aglomeração de choupanas toscamente construídas. Do alto, a visão da cidade é de um favelão perdido na própria biografia. O metrô só tinha duas linhas: uma que ia e outra que vinha. Tudo mudou – para muito melhor – quando o país sediou as Olimpíadas em 2004. Grandes reformas e injeção de alguns zilhões de euros transformaram o portão de entrada do país em um dos melhores anfitriões do continente.

Apesar da importância secular de Atenas, todo mundo costuma passar rapidinho por aqui para ficar mais tempos nelas, as – cantadas em prosa e verso – ilhas gregas. O arquipélago das Cíclades é o mais popular. Abriga as famosas Santorini e Mykonos. Mas existem Creta e Rhodes que equilibram paisagem e arquitetura antiga e Paros e Naxos, menos populares, só que igualmente fascinantes.

FALANDO GREGO…

É fato, a Grécia está economicamente melhor do que há alguns anos, mas continua sendo um dos países mais pobres da Europa. O que não significa que esteja uma pechincha. Ainda é mais barato viajar para cá do que para a Itália, é verdade. Só que preços módicos você vai encontrar se pesquisar muito e, principalmente, fugir dos meses de alto verão.

Ao contrário da Holanda – onde todo mundo nasce bilíngue – o grego tem algumas restrições em relação ao inglês. Mas diferentemente da França (que sofre das mesmas limitações, mas por motivos políticos), no caso da Grécia é falta de incentivo nas escolas. Mesmo depois das Olimpíadas, ainda é comum encontrar plaquinhas com os nomes de ruas escritas somente em grego (calma, nos pontos mais turísticos já há tradução para o inglês).

Uma amostra do ufanismo e da preservação idiomática sem precedentes: o alfabeto grego – apesar de ser mais do que milenar – não é usado em nenhum outro lugar do mundo, a não ser na Grécia. Se você arranha o inglês vai se virar bem. Sempre há um simpático grego também esfolando um çênquiu para você.

O BARATO DA GRÉCIA

ATENAS…(continua o restante do conteúdo original)


Vila de Oia, em Santorini. (Foto: Artupe´s)

SANTORINI…(continua o restante do conteúdo original)