Atualizado 01/08/2016


Silvia Museu de Cera 3

Conversando com o Woody Allen no Museu de Cera de NY. #medeixa

O viajante mais chato é aquele que não se acha turista. Este tipo de cidadão quase sempre se julga superior na ordem celestial dos mochileiros, mesmo tendo todos os tiques de qualquer mortal que põe uma mala nas costas e pega a estrada. Seja lá onde o caminho vai dar!

Meu filho, é assim, se você comprou passagem, reservou hotel e pesquisou o que visitar (ou não)… você é turista na mais ampla definição da palavra. Agora, se você gosta mais de museu do que eu ou se você curte desbravar o interior da França enquanto eu prefiro subir na Torre Eiffel todas as vezes que vou a Paris isso só revela que temos perfis — ou gostos — diferentes diante das mesmas possibilidades.

Se eu visito, sei lá, só os pontos turísticos óbvios de uma cidade e você opta por vivenciar a cultura e a gastronomia deste mesmo lugar, pode até me chamar de burra, mas não de turista — só por causa disso (e pejorativamente falando). Eu viajo como você: para sorrir.

Não existe up grade. Quem tira férias em Santa Catarina ou viaja para desbravar o Irã em período de conflito está na mesma categoria. São turistas com representações e expectativas diferentes.

Se antes você fazia uma maratona por dia e agora escolhe um ou dois lugares para conhecer na semana não significa que você passou de turista-bocó a viajante-bacana. Você optou por aquilo que, agora, mais lhe convém.

Veja se não é quase sempre assim, você e eu: viajamos para acordar cedíssimo e andar de metrô, ou a pé, para cima e para baixo. Durante 14 horas seguidas. Viajamos para fazer piquenique do outro lado do mundo.

para conhecer arte e cultura quando nunca visitamos o principal museu da nossa cidade. Viajamos para desopilar o fígado e, mesmo assim, a cachaça corre solta.

Entenda, não há nada de errado em ser turista. Feio é não ter educação.

Leia também

O mundo acabando e você aí, falando de viagens?

Farofeiros de raiz, uni-vos!

Ofício de blogueira versus espírito de viajante: como manter um sem acabar com o outro

Sílvia Oliveira, a moça do tempo

Pela atenção, muito obrigado!

Generalizar é pecado

Etiqueta para quem viaja a companhado

Qual é a viagem certa para você?

Como diferenciar uma hospedagem simples da pobre de espírito