Publicado 24/03/2010 – Atualizado 10/01/2013
É uma questão de gosto. Se você tivesse apenas quatro horas para desbravar algum ponto do Recife, provavelmente ia se embrenhar lá pela praia de Boa Viagem – a melhor da cidade: tem calçadão, ciclovia, um monte de quiosque e sempre está cheia de gente bronzeada. Mas meu GPS interno não permite esses desvios de conduta. O sistema de informação eletrônico do Matraqueando é um disco arranhado: centro histórico, centro histórico, centro histórico.
O que fiz foi caminhar, andar a esmo, perambular pelas ruas da capital de Pernambuco. Vindo do aeroporto de metrô, desça na estação final. Ela está ao lado da Casa da Cultura (que vai ganhar post próprio), onde as lojas de artesanato funcionam dentro do antigo presídio da cidade. Passando por camelôs – gente vendendo de aquários a chaveiros – e desvendando inúmeras barracas de comidinhas, encontrei o Acarajezinho por R$ 0,20 a unidade. Vinte centavos, você não leu errado. Mais adiante, ele – o afamado queijo coalho por um realzinho. Fissura para os olhos, coloridos e cheirosos carrinhos lotados de cajá e umbu, frutas típicas. Uma porção por R$ 2,00. Essa eu levei. Ah, e tomei uma água de coco m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a por apenas R$ 0,70! Pensei, isso é a antecâmara do céu para nenhum muquirana botar defeito.
Tirei a foto clássica do conjunto de casario da Rua Aurora em frente ao rio Capibaribe – aquele que deu o título de Veneza Brasileira a Recife. (Adoooro estes slogans cafonas, tipassim, Curitiba – Capital Ecológica ou Paris – Cidade Luz!). Em direção ao Recife Antigo – caminho onde todo mundo me alertava para tomar cuidado com a máquina fotográfica – conheci lindos prédios e casarões antigos. Sem contar que o trajeto da estação central ao bairro histórico faz você passar pelo Palácio da Justiça e pelo antigo Liceu de Artes e Ofícios, preservadas edificações do século 19.
Quando os invasores holandeses chegaram ao Brasil, no século 17, houve um período de liberdade religiosa no Recife. Muitos judeus se estabeleceram bem nessa região e deram origem ao bairro mais tradicional da cidade. A atual Rua do Bom Jesus (abaixo) abriga a Torre Malakoff, o Centro Cultural Judaico e a Embaixada dos Bonecos Gigantes – inaugurada no ano passado. São diversas pontes emoldurando a cidade. Alguns trechos estão bem fedidinhos, é verdade… (lembra, aqui é a Veneza do Brasil!). Mas é uma paisagem muito diferente dos cenários que existem na maioria dos grandes centros urbanos. Fiquei absolutamente vidrada por este lugar!
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Fotos: Sílvia Oliveira
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A visita ao Recife faz parte da Expedição Brasil Express, by Matraqueando. Entenda o projeto.