Publicado 12/01/2010 – Atualizado 23/05/2017
Acredito que eu tenha sido o único ser vivo a arrastar uma mala de rodinhas pelas ruas empoeiradas de San Pedro, no coração do Deserto do Atacama. Quando olhares encabulados começaram a me seguir achei que estava abafando no meu modelito safari, chapelão a la Indiana Jones, óclão by Jaqueline Kennedy e com meu tênis all star cor verde-matinho-seco. Pra combinar. Rá!
Estava entrando num deserto de paisagens lunares, rodeado de vulcões, com inversões térmicas bruscas – chegando a 30 graus de dia e a menos dois na madrugada.
Parece que não, mas eu sabia o que ia encontrar. Só não faço a linha grunge-mochileiro-desgrenhado-sei-lá-entende. Poderia ter ido para os Lagos Andinos, ou circulado pela Patagônia. Quem sabe, Ilha de Páscoa. Mas não.
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Enfrentar a realidade do deserto cercada por aquelas paisagens absurdamente atípicas era um desejo mais do que antigo. Sim, o nariz e a boca ressecam. A pele fica áspera. Os olhos ardem. E o cabelo parece que nunca mais vai voltar ao normal, nem com creolina. Fui preparada.
Muito soro fisiológico, pomada para os lábios, colírio que imita a lágrima. Fiquei craquenta, não nego. Mas sem perder a classe jamais: esmalte para retocar, sempre.
Do aeroporto de Calama até aqui são 105 quilômetros, pouco mais de uma hora. Ao chegar a San Pedro de Atacama tive uma sensação que só senti em outro lugar no mundo, olha que paradoxo: Veneza.
Enquanto ela está plantada em cima de um oceano, ele fincou raiz no deserto mais árido do mundo. Em comum, o incomum. Ambas cidades parecem ter saído de alguma estória de Julio Verne.
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Pouco mais de cinco mil pessoas vivem em San Pedro. Um vilarejo feito de casas com paredes de barro e telhados de palha. Apenas para proteger do sol. Chove quase nunca. Descrever aquele grupo de quarteirões como uma vila de faroeste seria muito simplista.
Há uma enorme infraestrutura (bares, restaurantes, cafés, lojinhas, mercados) para receber os turistas que vão desde mochileiros, passando por senhores dinamarqueses cheios da grana até chegar às frescas muquiranas como eu.
Aliás, o que não faltam são albergues, um a cada dois metros. Bons hotéis se espalham ao redor da calle Caracoles, a principal rua da cidade. E resorts luxuosos – com sistema all inclusive – já são vários. Fiquei no único apart-hotel de San Pedro, o Parina Atacama (US$ 120,00 por casal, com café da manhã servido no quarto!), inaugurado há pouco mais de um ano.
Já sabe, quanto mais inóspito, inacessível ou exótico o lugar, aposte numa boa hospedagem. Como eu não queria, assim, nenhuma vivência estilo patropi investi neste quesito. Saiu caro para os meus padrões. Mas teria sido um desastre se eu tivesse ficando em algum hostel por US$ 10,00 que regula a água quente e desliga a calefação à noite.
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Independentemente de onde você for ficar, todo mundo está ali com o mesmo propósito: levar para casa uma experiência única, de um lugar exclusivo, que jorra água fervente do chão, que tem lagoas azuis, dunas douradas, cercado pelo segundo maior salar da Terra, cheio de flamingos e abraçado a um enorme vulcão.
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Fotos: Raul Mattar. Todos os direitos reservados.
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