Publicado 11/10/2011 –
Atualizado 17/10/2011
Tenho muita sorte. Meu marido, assim como eu, é rato de supermercado. Mais do que comprinhas, a gente faz dessa visita um passeio antropológico. Adoramos fuçar gôndolas, comprar queijinhos, sondar as marcas de iogurte, conhecer os tipos de geléias, patês, bolachinhas, massas e, no caso específico de Buenos Aires, bisbilhotar – e levar – toda a sorte de alfajor.
Não existe local mais apropriado para você conhecer o modus-operandi de um lugar do que um supermercado. Por ali passam desde o estudante até o aposentado. Vai da dona de casa à galera que busca vinho mais em conta e com qualidade. Mas o que soa familiar – e talvez por isso seja tão atrativo – é o pessoal que trabalha lá.
A moça do caixa tem sempre aquela frase na testa “tô-de-saco-cheio-desse-emprego”, o rapaz que corta os frios é metido a engraçadinho e, a qualquer momento, vai ter uma tiazinha de cabelo branco com laquê brincando de tromba-tromba com o carrinho. Sem falar do próprio carrinho que – atávico – nunca sabe o que é lado esquerdo ou direito.
Se você vai passar 3 dias, uma semana ou um mês no seu destino, o supermercado deve entrar na sua lista de monumentos e atrações, principalmente se você tiver tendência a roteiros sócio-gastronômicos. Aliás, o lugar onde eu melhor aprendo o idioma local é aqui, com aquelas plaquinhas e rótulos fascinantes. E isso independe se estou numa mercearia, empório ou rede internacional de alimentos.
A minha experiência com supermercados em Buenos Aires é pequena. Até então, nunca havia encontrado nenhum para chamar de meu. Na primeira vez em que estive aqui gostei do Coto, que fica em frente ao Shopping Abasto e do Museo de los Niños (que, por sua vez, fica dentro do shopping). É uma rede mais popular com preços atrativos e diversos endereços na cidade. Só faltou o gramur!
Já, dessa vez, o Disco virou quase o quintal da minha casa. É que alugar um apartamento de temporada em Buenos Aires – assim como em qualquer lugar do mundo – faz da visita ao supermecado, sobretudo para os supermercadólatras como nós, uma parada quase diária. A duas quadras do nosso apartamento, na calle Quintana, havia uma filial. Não chega a ter os melhores preços da cidade, mas é aquele mercadinho mais gourmet, com a seleção mais completa de salames e afins que já vi. Foi lá, aliás, que comprei aos quilos meu alfajor preferido, o Terrabusi.
Por outro lado, o Carrefour não vai impressionar muito você. Segue aquele padrão da rede. Só conheci o que fica na Av. Scalabrini Ortiz, em Palermo, a meia quadra da Barbie Store. Entramos para comprar água, suco e alguma coisa para beliscar. Nada ali me chamou a atenção. É tão somente o nosso carrefourzão véio de guerra.
Gostei demais também do Supermercado Chino que fica na calle Defensa (um pouco antes de chegar na Chile) em San Telmo. Preços atrativos, guloseimas “importadas” da China e uma mini coca-cola geladérrima em garrafinha vintage por 3 pesos. Na verdade, o nome do mercado não é esse, “Chino”- que significa chinês em espanhol, mas muita gente chama o estabelecimento assim por estar no comando de alguma família Ling Ping. Eles estão em todos os bairros da cidade, mas a quatro quadras para baixo de Belgrano está a comunidade chinesa de Buenos Aires com seus restaurantes e negócios típicos.
Não conheci o Jumbo, nem outras pequenas redes espalhadas pela cidade, mas se você tem alguma experiência com suprmercados em Buenos Aires, por favor, conte para nós aí na caixa de comentários. Depois eu subo sua contribuição, com os devidos créditos, ao post!
ATUALIZAÇÃO COM DICAS DOS LEITORES:
“Eu sou apaixonado por supermercados, é sempre um dos primeiros lugares que visito em uma viagem!! Fiz um post especial sobre o assunto também! Marco Cavalheiro. ”
“Reconheci imediatamente o Disco da Quintana . E o setor de perfumaria com shampoo TRESemmé, e sabonetes de glicerina, imperdível ! Majô.”
“Fiquei cliente do Coto pois ele era atrás do apartamente em que fiquei. Fiz compras lá várias vezes e me impressionava a variedade de doce de leite nas prateleiras. Kátia Dias.”
“Quando morei em La Plata tinha uma filial do Coto a uma quadra de casa. Sempre passava lá com as “chicas” para comprar uma “galletita” e degustar acompanhada de mate no final da tarde ou então pra experimentar umas das infinitas variedades de iogurtes, chocolates e alfajores. Anna.”
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Fotos: Sílvia Oliveira | Matraca’s Image Bank